quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Demanda faz linha ecológica crescer na Bombril

Objetivo é levar os produtos Ecobril a representarem 5% do faturamento com itens de limpeza em 2012


A pedido dos varejistas, a fabricante lançou a linha de itens ecológicos em novembro do ano passado. A previsão era para março deste ano. Os produtos foram colocados à venda apenas em São Paulo

Produtos de limpeza sem refil, com embalagem não reciclável e matéria-prima originária de recursos não renováveis ainda dominamas prateleiras dos supermercados mas, se levarmos em conta a movimentação de uma das maiores fabricantes do país, a Bombril, o cenário parece estar começando a mudar. A marca lançou, em junho do ano passado, apenas em São Paulo, a linha Ecobril, com 24 produtos que têm como principais características serem mais concentrados, embalagens 50% recicladas e 100% recicláveis e serem biodegradáveis. Prevista para março deste ano, a companhia teve que adiantar o lançamento nacional para novembro de 2010 por demanda dos varejistas e já se prepara para ampliar a linha até o meio deste ano.

Uma das metas, agora, é desenvolver um desinfetante que não seja testado em animais, como acontece hoje. Por conta disso, a linha Ecobril não possui este produto. Com os novos itens que serão lançados até o meio de 2011, a meta da empresa é que, até 2012, a linha represente 5% do faturamento total com produtos de limpeza, de acordo com o diretor de marketing, Marcos Scaldelai. “O mercado absorveu muito bem. Existe a necessidade de criar uma gôndola inteira deste tipo de produto, e não só um itemou outro”, afirma.

Foram investidos R$ 7 milhões na criação da Ecobril, que demandou dois anos de pesquisas.O objetivo principal era desenvolver produtos que realmente funcionam já que, segundo a Bombril pesquisou, havia uma crença entre os consumidores de que produtos biodegradáveis não eram tão bons quanto os convencionais. Além disso, no ponto de venda teria que ficar próximos às categorias ocupadas por tops já existentes no mercado. Um detergente em pó Ecobril, por exemplo, tem o mesmo preço do Omo Multiação, ou seja de R$ 4,99 a R$ 5,99.

Derivados de petróleo

Outras marcas de produtos ecológicos, como a Biowash, por exemplo praticam preços de 20% a 25% maiores que estes. A diferença, no entanto, é que, no caso da Biowash, não é utilizado nenhum derivado de petróleo nas fórmulas do produto, o que, segundo Becky Weltzien, diretora da Cassiopeia, fabricante da Biowash, torna os produtos mais caros. “Ficamos na mão de um ou dois fornecedores de matéria-prima orgânica”, afirma.

No caso da Ecobril, a Bombril trabalha com no mínimo 50% de matérias primas naturais e de fontes renováveis. O lava-louça da marca, por exemplo, tem 27% de derivado de petróleo em sua composição. “Estes derivados não têm enzimas que os microorganismos possam quebrar, portanto não são biodegradáveis”, diz Regina Monteiro, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) da área de agricultura e gestão ambiental. ■

Biowash foi pioneira em produtos biodegradáveis

“Deixamos de vender em grandes varejistas como Walmart e Carrefour porque, sendo uma empresa pequena, não podíamos fazer os investimentos em marketing exigidos"
Becky Weltzien, diretora da Cassiopéia, fabricante da linha Biowash

Apesar de os produtos de limpeza biodegradáveis e ecológicos estarem chegando recentemente às prateleiras pelas mãos dos grandes fabricantes, em 1994 produtos deste tipo já faziam parte do portfólio da Biowash, linha fabricada pela brasileira Cassiopéia. Até hoje a filosofia da empresa é fabricar produtos a partir de matérias primas 100% renováveis e, para provar isto ao consumidor, pediu ao IBD, fornecedor de certificações, que fornecesse um selo comprovando que os produtos são de origem vegetal.

Para conseguir a certificação, a Biowash chegou a mudar a cor de um dos produtos, que tinha derivados de petróleo em seu corante azul. Como ainda não há derivados orgânicos que resultem nessa coloração, o verde passou a ser adotado.

Com faturamento na casa dos R$ 1,5 milhão, a empresa prevê crescimento de 10% para 2011 e acredita que um percentual maior ainda depende do “despertar do consumidor” para as questões ambientais, segundo Becky Weltzien, diretora da Cassiopéia. “Vejo muito marketing falso na indústria. Instruímos sobre a diferença”, diz Becky, referindo-se aos produtos que contêm derivados de recursos não renováveis, como o petróleo.

A empresa afirma ter decidido não vender mais os produtos em grandes varejistas como Walmart e Carrefour por conta do grande investimento em marketing que as redes demandavam. Atualmente, a linha Biowash está disponível em empórios, lojas de produtos naturais e redes menores, como a Mambo, por exemplo.

fonte: Brasil Econômico

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